quarta-feira, dezembro 08, 2004

Corpo

Incapaz de ser capaz de. Guerra em mim próprio. Viver da prioridade da ilusão criada. De mil e uma sensações que convergem num campo da batalha. Perdi-me, vejo em mim um corpo solto à deriva, sem marcar posição, não se levanta. Fica por ali estendido. Espera ser pilhado. Não há a materialização de nada porque não há alma. Não o principio nem a convicção, que rédeas vou segurar? Que direitos vou tomar por meus? Que vai ser o amanhã? Sinto-me morrer em vão. Sinto-me cair vivo, chegar o impacto de tão violento mas não morrer. Tetrapelégico. Não se mexe, não há movimento em mim. A força e a vontade lá atrás, no cano esgoto do pensamento. Tornei-me um na multidão. Deixei-me de ti, deixei-me do mundo. Tornei-me global.