sexta-feira, março 11, 2005

Tempo!



Adquirindo uma noção intemporal de um homem prostrado e moldado a quatro paredes, conheço-o. Sei quem é, mas a palavra não me deixa obstruir o pensamento, por isso falo dele. A consequência é uma repugnância éfemera, que de tão duradoura passo de estafeta ao genital que lhe deu vida. Ganha a consciência, perco-me n'ele e deixo-me envolver pela apatia que o assasina, pela preguiça que o vai esfaqueando a cada movimento na direcção aproveitável. Torna-mo-nos um, uma condensação de matéria psiquica, uma centrifugação embebida em tons de dualidade. Após o múrmurio do silêncio, explode um ruído enterrado sob a forma de doutrinas imorais. Assemelha-se à grandiosidade de uma explosão colossal! SEPARA-MO-NOS, somos bailarinos do suicidio, cá e lá. Tumor, ácido e deformação faço-o sangrar, faço-o doer, mas na manhã seguinte ele acorda.E foi o principio do fim. Esqueci-me do tempo em que o desmaio era parte integrante de nós. Impeço a colorização, não me é explicado, logo não posso saber...curiosidade e descoberta. Precisarei de uma destilação, apurando tudo o quanto é de mim, não restará a menor sombra de ti. Fuzilar-te-ei numa ignição própria do teu sobejo..


Para "Coisa Morta".