quarta-feira, dezembro 08, 2004

Corpo

Incapaz de ser capaz de. Guerra em mim próprio. Viver da prioridade da ilusão criada. De mil e uma sensações que convergem num campo da batalha. Perdi-me, vejo em mim um corpo solto à deriva, sem marcar posição, não se levanta. Fica por ali estendido. Espera ser pilhado. Não há a materialização de nada porque não há alma. Não o principio nem a convicção, que rédeas vou segurar? Que direitos vou tomar por meus? Que vai ser o amanhã? Sinto-me morrer em vão. Sinto-me cair vivo, chegar o impacto de tão violento mas não morrer. Tetrapelégico. Não se mexe, não há movimento em mim. A força e a vontade lá atrás, no cano esgoto do pensamento. Tornei-me um na multidão. Deixei-me de ti, deixei-me do mundo. Tornei-me global.

terça-feira, dezembro 07, 2004

21, 003 - 21, 006 - 21, 009 - 21, 011 - 21, 014 - 21, 017 - 21, 020 - 21, 023 - 21, 026 - 21, 029 - 21, 031 - 21, 034....eis a razão numérica dos meus dias, no pseudo conta-gotas do tempo. Uma variável precipitada pela invariável condição humana.

sábado, dezembro 04, 2004

As palavras, são a loucura de nós, a clareza de espectro forte e denso que suga toda a vivacidade e distração que temia em mim.

Sanguessuga do Mundo que me Consome.

O cheiro a suor, ao excremento humano, paira entre as janelas que dão entrada ao mundo de fora. Adormecem, remetem-se ao sonho do cansaço. A fresquidão do sol vespertino purifica. Que resultado de uma noite de diálogos? Que existência ficou por cumprir? Que razão é esta que nos leva a ficar imunes ao tempo, perturbados pela incrível aridez das palavras? Que ofensa terei provocado a levar-te entre mãos? A teres parte de mm em ti? e no sempre que saberás de mim? que parte de mim serás?..Perco-me por aqui, onde as frases equivaleram á dormência que eles experimentam.
Ratos.Que realidade tem os homens da repugnância?Que frieza lhes impuseram que lhes leva a atribuir a deixa de débeis mentais? Quem se esforça necessita a esperteza, a agilidade linguistica, a experiência para compreender o que digo.
O dia espelha-se radiante a meus olhos. Rosas, quem vos ferrou a dinamite do romantismo, quem vos levou á excessiva multiplicação da morte nos afectos humanos? Quem te levou? Será que sabes o que digo. A Lua apetece-me, não há como ela, gigante e omnipotente na Terra.

Quis agarrar na memória
Elevá-la à tua glória
Remeti-me ao momento
Fiz orgias no pensamento
Revi-te, vi-te nua.
Esperei o corpo mandar
Senti o tempo
A altura de acabar!
Toma...remédio?
Antes o tédio
Essência de Eva
Corroeis-me a consciência.
Tenho-te por Companhia?
Sexo.
E Mono.